No primeiro livro da Bíblia, Gêneses, há dois relatos da criação. No
primeiro Deus cria o mundo falando.
“No ínicio, não havia nada. Depois, há o
caos. No princípio criou Deus o céu e a terra. A terra, contudo estava vazia
e vaga e as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus pairava sobre as
águas.(I, 1-2). A passagem do caos à ordem(=cosmo) faz-se por meio de um
ato de linguagem. É esta que dá sentido ao mundo. O poder criador da divindade
é exercido pela linguagem, já que nela e por ela se ordena o mundo. Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita. E viu Deus que a luz era
boa: e separou a luz e as trevas. Deus chamou a luz de dia e as trevas de
noite; fez-se uma tarde e uma manhã, primeiro dia. (I, 3-5).”
O mito quer mostrar o poder criador da linguagem, que dá ao homem a capacidade
de ordenar o mundo, categorizá-lo. Com os signos, o homem cria universos de
sentido. As línguas não são nomenclaturas que se aplicam a uma realidade
preordenada, mas são modos de interpretar o mundo. Por isso, estudar a linguagem
é a forma de entender a cultura, de compreender o homem e sua marcha sobre a
terra.
Conclusão página 73.
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